domingo, 12 de maio de 2013

Somos tão jovens



      Um filme que desde o mês de abril venho esperando pela estréia, mas como minha vida acadêmica anda muito agitada não pude assistir logo na estréia. Logo de início o filme já começa a emocionar, principalmente para aqueles que são fãs da banda Legião Urbana, com a música em um estilo instrumental “Tempo Perdido” acompanhada de um lindo arranjo de violino. Tiro o chapéu para o ator Thiago Mendonça que interpreta Renato Russo, pois ele consegue passar para o público todo o sentimento exagerado e juvenil deste cantor que aos poucos vai se tornando um ícone do até então punk rock nacional.  
    Tive uma satisfação pessoal em ver surgir o grupo da colina, que é nada mais nada menos que os grupos engajados no rock dos anos 70 e 80 aqui no Brasil. Desse grupo surgiram às bandas Aborto Elétrico, Plebe Rude e Blitz 64 que depois se desmembraram em Legião Urbana e Capital Inicial. Essas bandas trouxeram para o Brasil o punk rock, inspiradas em bandas como The doors e Sex Pistols, uma coisa que acho interessante salientar, nesta época o Brasil estava passando pelo regime da ditadura militar, sendo assim as únicas pessoas que tinham acesso a esse tipo de material eram os professores de escolas que inclusive eram fortemente vigiados por grupos de espionagem da ditadura. Às vezes em que ri no filme, estavam ligadas a cenas ou comentários do Renato Russo, pois a influencia internacional é tão intensa que ver um jovem vestido em blusas e calças rasgadas (o que hoje é comum), é uma cena tão chocante para os pais que fica óbvio como o choque cultural está presente desde as gerações mais antigas até as mais jovens, ou seja ,sua vez um dia também vai chegar.
     A formação da banda Legião Urbana, também foi um fato curioso, pois a letra desta banda tinha um cunho muito mais social e romântico se comparadas com o estilo ainda forte e rude do punk rock nacional da época, sendo assim foi uma atitude bastante ousada. Realmente as letras da Legião eram tão cativantes que foi inevitável que ganhassem espaço dentro do publico mais jovem, que estava já tão cansado de ver e ouvir coisas violentas. Mas legião, não trata apenas de musicas românticas (para quem ainda não conhece), a crítica social neste caso tornar-se mais refinada e madura, ao ponto de tocar em pontos delicados da vida brasileira e da política nacional que até então não poderiam de forma alguma ser mencionada, mostrando mais uma vez a ousadia dessas bandas compostas por jovens aqui no Brasil, com foco na banda Legião Urbana.
      Para concluir, o filme me trouxe um pouco também da memória de alguns anos atrás em que ainda se viam pessoas se reunindo para tocar violão e musicas que são consideradas hinos, como Que País é Esse, Tempo Perdido, Geração Coca-Cola e Até Quando Esperar. Senti inveja de poder ver jovens se reunindo onde bem entendessem para beber ou conversar, quando hoje tenho que olhar constantemente à noite para os dois lados ,com medo de alguém me assaltar. Minha única crítica, é que o filme termina de forma muito inesperada, deixando um gosto forte de quero mais, pegando muitos expectadores de surpresa. Somos Tão Jovens, em minha opinião é um filme essencial para aqueles amantes do rock nacional e de Legião Urbana, sendo muito mais que bem vindo no nosso hall de filmes que fazem parte da cultura brasileira.
por: Victor Oliveira




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